Um dia desses eu meditava a respeito da verdade contida na Palavra que está em 2 Coríntios 5: 17, de que "se alguém está em Cristo nova criatura é, as coisas antigas se passaram e eis que tudo se fez novo". Pensei: _ Que palavra poderosa! Mas.... Por que é que ela simplesmente não acontece completa, uniforme e, aliás, imediatamente na vida e na personalidade de todas as pessoas? Por que é que mesmo diante de uma palavra tão absoluta e definitiva, continuamos carregando problemas tão velhos e relativos? Por que, mesmo crendo piamente que tal palavra seja, de fato, verdade, ela simplesmente não pode transformar-se na minha realidade pessoal? Em suma, se o texto diz que eu sou nova criatura e o que é velho se passou, por que é que eu então não me sinto assim? Não percebo as coisas como novas e nem a mim mesmo? Por que as coisas parecem mais velhas do que nunca? Por que? Por que? Por que?
Existem alguns pontos importantes a se considerar: O primeiro deles é que todas as nossas experiências deixam em nós marcas e impressões. Essas marcas e impressões são retroativamente elaboradas em parte em nossa mente racional e em parte apenas absorvida e registrada em nosso emocional, sem elaboração adequada, entretanto registrada e armazenada. Quando revivemos situações semelhantes ou meramente parecidas, a parte de nós que elaborou as coisas que já aconteceram, enxergam essas novas com racionalidade e preparam-se para estrategicamente lidar com elas com base nas experiências já vividas. Já aquela parte - que pode ser maior ou menor dependo do caso e da pessoa - que não foi elabora, mas apenas impressionou o nosso emocional, ao deparar-se com o novo caso (que tem a aparência do velho), revive as mesmas sensações - palpitação, taquicardia, as vezes até os cheiros, como se a cena passada estivesse, não apenas sendo recordada, mas de fato acontecendo ali, atemporalmente, naquele exato momento!
Tudo isso - tanto a elaboração racional quanto a impressão emocional - se trata de um mecanismo natural que acontece com todos nós variando apenas na distribuição interna e/ou intensidade desses dois fatores. Entretanto, não podemos desprezar, como também Paulo diz, os desígnios de Satanás e, nem o fato de que estamos ladeados do mundo espiritual e que ele interfere em todo o tempo valendo-se de tudo. O objetivo deliberado do inimigo é o de lançar mão dos mecanismo naturais existentes, sobretudo aqueles que nos torna frágeis e vulneráveis e aplicá-los com mais intensidade ainda contra nós a fim de que fiquemos paralisados, de fato, naquilo que nos aconteceu.
Ora, não precisamos ir muito longe para enxergarmos que aqui já se estabeleceu um ciclo vicioso! Mas tem a palavra de 2 Coríntios 5: 17.... O que fazer com ela? Onde ela entra nisso tudo? Ela é a chave, mas como aplicá-la?
Aqui parece que retornamos ao ponto de partida! É importante que se entenda uma coisa de uma vez por todas: A palavra, por poderosa que seja, por verdade absoluta que seja, não acontecerá dentro de nós por osmose, como se fora um download automático que atualiza o nosso sistema? Não! Nós é que temos que baixar o programa! Quero dizer com isso que precisamos tomar a Palavra que existe como verdade universal, atemporal e objetiva e transforma-la em realidade subjetiva e pontual!
Mas como se faz isso?
Primeiramente inculcando para si mesmo a palavra conforme se cita em Deuteronômio 6 - convencendo-se com perseverança e contra as tendências já programadas contrariamente dentro de sua mente, que a palavra é que é verdade e não todo o resto. Isso dá trabalho e leva tempo;
Em segundo lugar, batalhando espiritualmente. Por que? Porque é previsível e, eu diria, inevitável que esse processo sofra tentativas de interferência no sentido de abortar a mensagem antes que o download seja totalmente carregado no coração. A guerra, nesses casos, não é uma opção ou uma questão de perfil, ela é necessária! E essa guerra não acontece exterior, senão interiormente!
E por último, porém, o mais importante, praticando a palavra, pois só assim, a verdade que está escrita em algum lugar e que empolga muitos corações quando é pronunciada, pra você, será uma verdade subjetiva e irrefutável diante dos fantasmas que te quiserem assombrar - você de fato torna-se, processualmente, nova criatura pela prática da Palavra e as coisas velhas vão ficando, de fato no passado e tudo vai, de fato se fazendo novo!
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