NOVOS PECADOS
Pecados são transgressões da lei de Deus, atos humanos que vão contra a
vontade divina.
Os pecados capitais se adequaram com as necessidades atuais, cabendo
nova interpretação e reflexão para o que é tido como virtude.
São praticados sem a culpa clássica, com o respaldo da subjetividade de
entendimento pessoal, dito bem-estar e necessária publicidade da felicidade
constante e repúdio ao negativismo.
Luxúria, agora é tida como valorização do corpo e do ser. Apareça pois
você pode! Os mágicos livros de auto-ajuda, estão em alta.
Ira é vista como uma maneira de não guardar raiva. Você é incentivado a
colocar pra fora os todos dissabores, não guardar desaforos pois provoca tumor.
Avareza, nesses tempos de instabilidade da economia mundial, é entendida
como planejamento financeiro.
Pergunte se alguém tem inveja de outra pessoa e terá a resposta,
indignada, que não ou que no máximo tem “uma inveja boa”, mas que a
meta estabelecida é comprar uma casa igual a do amigo.
Muita gente gosta de relaxar do estresse diário, que nada mais é do que
a antiga preguiça.
Gula é fugir da anorexia.
Vaidade, tão grandiosa que precisa ser tratada com atenção especial.
Hoje é questão essencial para a felicidade, pessoas precisam amar e adorar elas
mesmas acima de qualquer outra.
No vácuo das idéias modernas de pecado e culpa, a atualidade pariu a
auto-ajuda para prosperidade, onde vivemos para conquistar o império do sucesso
e censura da culpa.
Em meio a tanta subjetividade, temos pecados reais e objetivos que ficam
escondidos pela ausência consentida de culpa como o trabalho infantil no
Brasil. Pecado que afetará negativamente qualquer evolução de pensamento das
gerações futuras.
"Já sei que, se para ser o homem, escolher pudera, ninguém o
papel quisera do sofrer e padecer; todos quiseram fazer o de mandar e reger,
sem advertir e sem ver que, em ato tão singular, aquilo é representar mesmo ao
pensar que é viver."
(Calderón de la
Barca)
* Extraído do blog Crônicas Metafóricas
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