quinta-feira, 2 de abril de 2015

Pão do Dia - Tira a trave do teu olho

É muito comum e saudável àqueles que nasceram de novo em Cristo a percepção de que devemos fugir de toda forma de mal. Entretanto, um passo mais adiante nos deparamos com uma camada um pouco mais complexa dessa questão. Onde o mal está? Ele é sempre externo? De onde vem o mal do qual eu devo me guardar?
Quando vemos os post que circulam nas redes sociais de lá pra cá e daqui pra lá, muito embora alguns sejam carregados de verdades válidas e úteis para qualquer alma que decida-se por aplica-los, existe uma quase unanimidade implícita neles: O pressuposto bem discreto e disfarçado de que, na frase de ensinamento nós somos a parte inocente que está sendo ensinada, alertada e protegida contra um mal iminente e que, ao lado de fora há sempre um mal batendo à porta. Mas será que é assim mesmo? Será que em muitos casos o sujeito da frase não deveria ser invertido? Será que naquilo que automaticamente nos assumimos como protagonistas bonzinhos da frase não deveríamos refletir pra ver se o protagonista não é o outro e nós podemos ser a parte perigosa? 
Jesus disse abertamente aos fariseus (e por extensão a todos os que leem o texto - Mateus 7) que não deveríamos julgar e que antes de observarmos com tanta propriedade a farpa no olho de alguém deveríamos tirar a trave do nosso próprio. 
É incrível observar a dificuldade que todos temos em nos colocarmos nessa posição. O Apóstolo não tinha o menor problema com isso - quando lemos em Romanos 7 frases do tipo: "deparo-me com a realidade de que o mal reside em mim" e "eu sei que em mim não habita bem algum", fica claro que havia nele a plena consciência de que querer o bem e ser o bem são duas coisas completamente diferentes e que, entre uma e outra existe um caminho de humildade, admissão e temos que devemos percorrer. 
Portanto, daqui pra frente, sempre que ler uma frase de efeito, de ensino ou filosófica, e ainda mesmo uma verdade bíblica, não pense em ninguém encaixando-se no "lado negro da força", pense em você mesmo. Talvez esse seja o exercício mais saudável realístico e de harmônico com o Espírito de Cristo que possamos fazer!    




Nenhum comentário:

Postar um comentário