Em Eclesiastes 3 lemos que "tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo o propósito debaixo do céu";
O que vem a ser esse "tudo"? O contexto aqui é muito claro - está-se falando sobre realidades humanas - nisto, todas as coisas estão restritas a tempos que existem para que se possa construir algo maior: propósitos;
Temos as vezes o hábito mental de pensarmos em determinadas épocas de nossas vidas como tendo sido boas, já em outras, como ruins.
Mas será que é possível que determinados tempos possam mesmo ter sido bons ou ruins? É claro que não! Tempo é só tempo - ele é sempre impessoal e passa sempre do mesmo jeito e na mesma velocidade - quando, por exemplo, estamos em pleno gozo e satisfação por qualquer circunstância que nos suceda, o tempo tem, durante essa experiência, 60 minutos cada hora e 60 segundos cada minuto - sempre! Quando, porém, a experiência vivida é amarga - uma perda, dificuldade ou enfermidade, por exemplo, o tempo terá igualmente os mesmos minutos e os mesmos segundos.
Nada mudará no tempo, nunca! O que muda, certamente, é a nossa percepção e aceitação de cada experiência que vivemos - as que sensorialmente nos são agradáveis, pudéramos, prolongaríamos o tempo ao vivê-las. Ao contrário, nas que nos afetam de modo amargo sensorialmente, as interromperíamos in limine.
É claro que isso não é possível - nem uma coisa nem outra. O tempo se impõe no plano da existência humana, justamente para que possamos viver cada ciclo absolutamente necessário na construção do propósito de Deus a cada um de nós;
Também no mesmo Eclesiastes 3, a palavra é descrita em detalhes: "há tempo de nascer e tempo de morrer. Há tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar. Tempo de amar e tempo de aborrecer, etc, etc...". Do mesmo modo que o próprio tempo, nenhuma dessas coisas que, dentro do tempo ocorrem são, em si mesmas ruins ou boas - todas tem a sua exata importância e se completam e todas, igualmente são boas para o propósito - é isso o que Paulo afirma em Romanos 8: 28;
Sendo assim, resta-nos aceitar com alegria e acolhimento cada tempo de Deus em nossas vidas, com a gratidão madura de quem sabe que aquele tempo, igualmente ao anterior e ao que virá, está cooperando conjuntamente para o bem do Senhor em nossas vidas.
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