Só para elencarmos algumas delas:
- A Morte
- A Dor
- A Decepções
- As Frustrações
- As perdas
- As tristezas
Alguém duvida do fato de que um dia morrerá? Só resta a cada um a dúvida de quando acontecerá, mas ninguém duvida de que acontecerá;
Da mesma forma a dor - alguém duvida que em sua vida sentirá dores? Dores físicas, emocionais, racionais, incompreensíveis.... enfim, dores, seja por isso ou por aquilo? Alguém duvida? É claro que não! Até porque a própria trajetória já caminhada nos mostra que sim e, por dedução entendemos que voltará a acontecer;
E quanto às decepções? Imagine! Num mundo tão cheio de injustiças, a inevitabilidade delas é praticamente matemática;
Frustrações? Idem;
Perdas?
Tristezas?
Todas elas são certezas, leis pétreas, existenciais - seja pela falibilidade humana, inclusive de nós mesmos; pela imperfeição da natureza reduzida à servidão, como afirma Paulo em Romanos 8; seja pelo que for - o fato é que são assim - certezas finais;
O curioso é que, não obstante serem assim tão certas, são raramente o nosso tema interior - procuramos não pensar muito nelas, falar delas o mínimo possível e, se possível fora, as baniríamos de vez do nosso horizonte de realidade... pena que não são... -, relacionarmos-nos com essas realidades, vivermos tendo-as como pauta? Impensável, afinal de contas, quem assim o faz é um pessimista e negativo... um sujeito down!
Por outro lado temos um outro leque de realidades - essas sim, boas, desejáveis, amáveis e bem vindas - que, enchem a nossa vida de cor, de luz, de esperança.
São algumas delas:
- A Felicidade
- A Alegria
- A Riqueza
- A Saúde
- A Paz
- Estar cercado de quem se ama
O único problema com esse grupo de realidades é que elas não são tão concretas e inequívocas quanto as primeiras, afinal de contas, é claro que todos nós as desejamos e lutamos por elas, porém quem, em seu perfeito juízo, poderia assegurar-se de que:
_ Será feliz (no sentido moderno e individual de felicidade associada às realizações pessoais)?;
_ Que terá alegrias?
_ Que terá riquezas? Será que não é possível viver uma vida inteira sem conhecer ou desfrutar de riquezas terrenas? Não só é possível como é mais comum do que gostamos de pensar - vide o Lázaro da parábola de Lucas 16 (não o que ressuscitou);
_ Que viverá com saúde? Não se sabe! Etc, Etc, Etc...;
O fato é que, embora esses sejam o nosso ideal de vida, são realidades incertas, ao passo que as primeiras não, aquelas é que são concretas;
O problema que vejo aqui é o fato de que vivemos com a nossa mente mergulhado no segundo grupo, esquecendo completamente - quase negando a existência do primeiro e, quando somos assaltados pela inevitabilidade de alguma dessas realidades inexpugnáveis, ficamos chocados, nos vemos completamente despreparados para elas e sofremos mais do que a própria situação real, por si só, já nos imporia naturalmente;
Veja bem, eu não quero aqui dar uma de Schopenhauer ou Lippy Har Har - de jeito nenhum;
Quero apenas fazer lembrada a diferença entre as realidades certas e as desejáveis; entre o concreto e o lúdico; entre o inevitável e o que move as emoções; a fim de que não vivamos para o concreto como se fosse o lúdico, nem para o lúdico como se fosse o concreto! De que nos preparemos de fato para a vida e, quando as coisas chegarem a nós possamos saudá-las com o sorriso de quem já sabia que elas viriam!
Afinal, que outras certezas nós temos na vida, senão aquelas que nos são inevitáveis?
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