A Palavra de Deus, propositadamente, tem muitos termos e alguns textos que são paradoxais, ou seja, que aparentemente fogem à lógica comum, ao nexo, e que são contradições. Dentre esses termos, talvez um dos mais paradoxais seja o que está descrito em Apocalipse no capítulo 10, mais especificamente, nos versículos 9 e 10:
__________________________________________________________________________
Apocalipse 10: 1 Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de sua cabeça; o rosto era como o sol, e as pernas, como colunas de fogo; 2 e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo, sobre a terra, 3 e bradou em grande voz, como ruge um leão, e, quando bradou, desferiram os sete trovões as suas próprias vozes. 4 Logo que falaram os sete trovões, eu ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, dizendo: Guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram e não as escrevas. 5 Então, o anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita para o céu 6 e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá demora, 7 mas, nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, o mistério de Deus, segundo ele anunciou aos seus servos, os profetas. 8 A voz que ouvi, vinda do céu, estava de novo falando comigo e dizendo: Vai e toma o livro que se acha aberto na mão do anjo em pé sobre o mar e sobre a terra. 9 Fui, pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele, então, me falou: Toma-o e devora-o; certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como mel. 10 Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo. 11 Então, me disseram: É necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis.
__________________________________________________________________________
João, o Apóstolo, foi o único dos 12 apóstolos de Jesus que não morreu martirizado, antes, foi exilado pelo império romano na Ilha de Patmos e, em sua velhice, foi-lhe concedida a graça de receber as visões daquilo que hoje conhecemos como Apocalipse - Apocalipse é uma palavra de origem grega e significa "revelação" - A João foram dadas as revelações, como se diz no livro: "Das coisas que eram, das que são e das que haveriam de acontecer" e, foi-lhe dito que escrevesse segundo tudo o que visse;
Aqui, entretanto (verso 4), vemos que o anjo que lhe aparece ordena-lhe que não escrevesse o que tinha ouvido dos sete trovões - ou seja, dos sete anjos que anteriormente lhe falaram - mas que guardasse tais coisas em segredo até "ao tempo". Em seguida, lhe é entregue por esse mesmo anjo, um livrinho, o qual João deveria comer - e aí vem um dos paradoxos mais fascinantes da Palavra de Deus (vs. 9 e 10): O livro que ele come era-lhe doce à boca e amargo ao ventre!
Mas, o que vem a ser isso?
Antes de tudo quero fazer uma consideração importante: É evidente que não pretendo neste pequeno artigo tentar esgotar a complexidade do paradoxo a que me refiro, aliás, é bem provável que eu volte a falar sobre ele em outras ocasiões - assim espero com a graça de Deus. Fique portanto claro que o que estou abordando é apenas um pequeno vislumbre na totalidade da maravilha substancial indicada por essa palavra;
Isto posto, prossigamos...;
O que pode ser doce à boca e amargo ao ventre?
Primeiramente identifiquemos a boca como o órgão que recebe e prova o que lhe é oferecido e o ventre como o nosso interior que armazena e processa o que foi recebido. Ora, o ato de receber é um, o de processar e armazenar é outro completamente distinto. Provar é um ato imediato, guardar, processar é uma ação contínua que se estende por tempo indeterminada - pelo menos para nós. O objeto em questão a ser provado e armazenado é o conhecimento - aquele mesmo que no vs 4 João deveria receber, porém reter e, no vs 10 lhe parece doce e amargo ao mesmo tempo - doce ao receber e amargo ao guardar;
É muito fácil transpormos esse conceito para a realidade da nossa vida prática:
_ Pense, por exemplo num pai que, tendo conhecimento suficiente para saber que seu filho está entrando numa enrascada, fica impedido de comunicar-lhe os fatos, seja porque este não o queira ouvir, ou porque não consiga captar ou decodificar sua mensagem, ou, simplesmente porque o pai não encontre palavras correspondentes que sejam aptas a transmitir ao filho amado todo seu conhecimento armazenado em tal situação.
_ Qual será para esse pai o resultado de tal conhecimento?
_ Angústia e amargor. Entretanto, nem por isso, tal conhecimento é ruim em si mesmo, pelo contrário, é doce e, antes sua doçura pudesse ser transmitida ao ser amado;
Noutro cenário:
_ Um homem que ame ao seu povo, à sua nação, mas a assista, dia a dia, caminhando para um colapso iminente, sendo ele conhecedor pleno dos fatores que destroem a nação e de quais seriam os meios necessários que, seguidos, poderiam tirá-la da rota do desastre. Entretanto sabe que, tentar comunicar à pátria amada tais realidades, ao invés de despertá-la para os meios de ação, só a tornaria avessa às suas palavras e, a ele mesmo, um louco visionário perante os dos que, com tanto zelo tentasse resgatar;
_ Novamente, qual é o resultado de tal conhecimento?
_ Angústia e amargor!
E assim poderíamos prosseguir indefinidamente, exemplificando e elucubrando a respeito, mas prefiro ater-me ao aspecto principal do que estamos tratando - o paradoxo do que é doce ao comer e amargo ao processar;
O que fazer quando a doçura do conhecimento, do dom, da benção que recebemos não pode ser repartida com quem gostaríamos e, como conseqüência disso, o armazenamento de tais graças tornam-se dentro de nós em amargor?
A resposta única possível é esperar e confiar em Deus!
Esperar que Ele comunique, confiar que Ele cuidará de todas as coisas!
No caso de João, o anjo lhe disse (vs 11) que convinha-lhe ainda profetizar a muitos - O que? Não se sabe! Quando? Tampouco! Não lhe foi dito sequer se as vozes dos sete trovões poderiam um dia ser ditas. Mas o que importa uma vez que Deus sabe? Importa-nos saber que Ele comanda os tempos e as eras, os seres e os acontecimentos, os destinos e as conjunturas e Nele descansarmos completamente a fim de que o amargo do conhecimento e das virtudes retidos em nós seja em Deus depositado a fim de que Ele, em Seu poder infinito torne tudo doce, de novo, sempre!
BOM DIA. SE ESTE VÍDEO EDIFICOU O SEU INTERIOR, CURTA, COMENTE E COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS POR TODOS OS MEIOS POSSÍVEIS.
VAMOS MULTIPLICAR O PÃO!
www.sergiobenites.blogspot.com.br
BOM DIA , BPO! HOJE É MEU ANIVERSÁRIO E TENHO CERTEZA QUE NÃO GANHAREI PRESENTE MELHOR DO QUE ESSA " PALAVRA"; OBRIGADA, Abc
ResponderExcluirQue bom minha querida. Vc não imagina o quanto isso me deixa feliz e, a propósito, parabéns, muitas felicidades e que o Senhor te abençoe ricamente!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir