Bom dia amigos queridos;
Existe um fator que assola ao ser humano e lhe gera imensas crises existenciais: É a desassociação de seu coração, de sua alma nas coisas que faz. Nesta era moderna em que vivemos somos impelidos cada vez mais a desempenhar papéis sociais e tarefas que mui raramente têm a ver com os anseios da nossa alma, com a nossa identidade interior. É mais ou menos como se tivéssemos que ser duas pessoas - uma por dentro e uma por fora - não raramente a de dentro vai se auto sublimando a fim de aumentar o desempenho cada vez mais premente para as coisas "práticas" da vida. Ora, é evidente, quase matemático que esse descompasso ocasionará um vazio, um oco existencial absolutamente impreenchível de sentido tanto mais quanto se multipliquem do lado de fora as tarefas;
Veja o que se diz sobre isso em Provérbios (um livro de conselhos e sabedoria):
Provérbios 23: 6 Não comas o pão do invejoso, nem cobices os seus delicados manjares. 7 Porque, como imagina em sua alma, assim ele é; ele te diz: Come e bebe; mas o seu coração não está contigo.
Aqui se está retratando um homem enganador que dizendo palavras lisonjeiras, seu coração não está com ele, indicando com isso que o que diz é falso, é o oposto do que carrega em seu coração. Porém apliquemos este mesmo princípio a contextos mais amplos das nossas vidas:
_ Quantas coisas em sua vida são feitas assim? Você diz, faz, mas o seu coração não está presente?
_ Quantas coisas não passam de convencionalismos - necessários na vida prática - mas que nada tem a ver com seu EU verdadeiro?
_ Quantos sorrisos que deveriam simplesmente não ser dados?
_ Quantas tarefas que ao invés de preencher só fazem aumentar o rombo interior cada vez mais distanciar você de você?
E por fim, o que sobra?
O vazio de sentido e uma dúvida irrespondível: Quem sou eu afinal? O que penso, o que sonho, ou simplesmente as coisas que faço e as tarefas que executo?
Vermos nossas vidas reduzidas à coisas, à resultados, à desempenhos que satisfaçam expectativas mil... Tudo isso é deprimente!
Mas o que fazer uma vez que vivemos no mundo em que vivemos e as coisas são de fato assim?
É fato que a plenitude da nossa condição real não se manifestará nesta vida imperfeita, entretanto, podemos fazer algumas coisas para melhorarmos em muito a nossa qualidade de vida interior.
Eis algumas coisas que podemos fazer para colocarmos o coração na vida:
1) Procurarmos não perder a conexão com o nosso ser real - nunca deixe de raciocinar nas coisas que você faz ou desempenha, classifique o tempo todo, pese, valore, atribua certo, dai a césar o que é de césar e a Deus o que é de Deus e não confunda as coisas, não confunda o palco com a vida real;
2) Procurarmos ser o mais honestamente autêntico que pudermos diante de tudo e todos, salvaguardando apenas e com sabedoria o que nos recomenda a mesma sabedoria - que o nosso excesso de zelo e de justiça que se dá em forma de preciosismo, não nos venha a destruir (Ec 7: 16);
3) Sermos absolutamente honestos conosco mesmo e perante Deus em todo o tempo e sem restrições
4) Falarmos sozinhos - falarmos sempre conosco sobre a nossa própria verdade e com a nossa própria voz. Contarmos a nossa história para nós mesmos. Há uns versos do poeta Antônio Machado que gosto muito:
-quien habla solo espera hablar a Dios un día-
mi soliloquio es plática con este buen amigo
Ou seja:
Converso com um homem que sempre anda comigo;
Quem fala a si mesmo espera falar a Deus um dia;
Meu diálogo solitário é o que pratico com este bom amigo
Converse consigo mesmo, não omita você de você!
Converse consigo mesmo, não omita você de você!
5) Alimentarmos a nossa alma sempre do que é bom
Se a prática do dia a dia nos obriga o trafegarmos na superfície das autenticidades onde o alimento da alma é escasso, mergulhemos por conta própria e com ânsia vital nos alimentos que não nos deixará naufragados nessas águas sem plâncton
Com que é que se alimenta a alma?
I) Com alimentos externos - nosso mais importante e mais vital alimento é a Palavra de Deus, sobretudo os evangelhos que desnudam Jesus sem simbologias - ele é vital porque não nos fornece um conjunto de regras e ensinamentos pelos quais nos tornaremos bons cidadãos ou bons religiosos. Não! Deus nos livre! O que ele nos fornece são chaves existenciais por intermédio da Pessoa de Jesus Cristo e por quem aprendemos a viver
II) Com alimentos internos - a retroalimentação - são os pensamentos dos quais nos alimentamos. Não digo aqueles que passam ao longo do dia em nossas mentes, mas os que se fixam pela nossa adesão a eles. Quanto a isso Paulo nos diz (Filipenses 4: 8) que apenas as coisas que são de fato boas, ocupem lugar em nosso pensamento como forma de nutrientes da alma;
6) Olharmos no espelho todos os dias
Isto digo metaforicamente. Olhar no espelho é olhar-se na única superfície reflexiva na qual inequivocamente você terá a resposta de quem é - esse espelho é Jesus. Jesus é o único que pode nos dizer com absoluta exatidão quem somos de fato (2 Coríntios 3: 18) e partir disso, estabelecer a relação nossa conosco mesmo!
É verdade que este mundo em que vivemos não ajuda em nada o termos o coração e a vida juntos no mesmo lugar, mas prestando atenção à nossa própria alma e assim fazendo, colocaremos o coração na vida e por conseguinte não teremos mais uma vida vazia de sentido nem um coração vazio de vida!
Deus te abençoe!
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