Bom dia;
Hoje gostaria de refletir com você acerca de algo que tenho aprendido um pouco mais a cada dia: Sobre identificar em mim mesmo o que sejam subjetividades e o que sejam objetividades e, identificando devidamente essas duas diferentes dimensões nas coisas que me acontecem, tenho aprendido por fim a valorar devidamente cada coisa, colocando-as sob as proporções adequadas e dando a elas suas exatas dimensões;
Esse exercício é bastante laborioso porque nos requer o sairmos de nós mesmos no sentido de não mais avaliarmos as coisas a partir do tanto que nos afetem, mas antes por sua real importância, relevância e mesmo existência num universo que nos abarca e que vai muito além de nós mesmos. Digo "existência" porque de fato, certas coisas existem exclusivamente em nós - não podem ser percebidas nem mesmo comunicadas, apenas sentidas e pensadas!
Todos nós em dado momento já nos vimos perplexos diante da constatação de que muitas coisas que são sentidas por nós com uma veemência arrebatadora, passem absolutamente incólumes ao nosso exterior mais imediato - às pessoas que estão bem ao nosso lado - coisas que nada representam - repito: sequer existem, exceto para nós mesmos, os que as pensamos e sentimos. Afetações que em nós tem a proporção de um Etna ao mesmo tempo que para o mundo externo à nossa cabeça é algo absolutamente imperceptível.
Por que isso acontece? Por que essa enorme paralaxe de percepção? Essa discrepância quase ofensiva?
É porque existem duas dimensões da realidade (na verdade existem muitas mais, mas refiro-me apenas a duas que são as percebidas por nós): A dimensão objetiva - aquela em que as coisas são o que são para qualquer pessoa, realidades comuns que qualquer pessoa pode aferir, e a dimensão subjetiva - aquela que se refere exclusivamente à nós, à maneira como sentimos as coisas;
E é justamente nesse ponto que a confusão generalizada se instala, pois habitualmente tomamos realidades subjetivas como se fossem objetivas, normas universais pelas quais o universo devesse ser regido. Julgamos um verdadeiro absurdo, objeto da nossa mais inquebrantável indignação o fato de que alguém - pasmem - não corresponda com exatidão às expectativas e projeções geradas a partir do nosso emocional (aliás, nem sempre equilibrado). Em suma, confundimos o subjetivo com o objetivo e queremos a qualquer custo que as nossas subjetividades sejam o padrão pelo qual tudo deva ser medido.
_ Esse é o caso do ciumento - que imagina, projeta, sofre, desconfia, faz o diabo e supõe, num surto absolutamente fora da realidade, que o outro, objeto desse ciúme deva curvar-se à lógica ilógica da irracionalidade total, simplesmente porque assim ele sente as coisas. O ciúme não se refere a um fato objetivo, mas a um conjunto de sentimentos como insegurança, baixa auto-estima, portado pelo que sente o ciúme;
_ A inveja ídem;
_ O medo então...
Poderíamos ficar indefinidamente dando exemplos, sem que os esgotássemos!
PARTE 2
Quando isso acontece perdemos a real medida das coisas, o verdadeiro senso de proporções e a irrefragável ordem da realidade - as coisas só são o que são e pronto!
É evidente que as coisas que são objetivamente verdadeiras têm (ou devem ter) absoluta primazia sobre as que existem apenas dentro de nós e que essa segunda deve curva-se sem titubeios ante a primeira na mais absoluta sujeição consciente de qual delas é que rege a ordem das coisas;
Não é questão de sonhar mais, indignar-se mais, projetar mais. Não! Neste caso é ainda pior entregar-se às próprias subjetividades! O que se deve fazer é enxergar as coisas pelos olhos do mundo e não pelos nossos. Abandonar toda e qualquer falsa esperança sem alicerces e oriundas apenas dos nossos próprios desejos e concepções e passar a encarar as coisas simplesmente como elas são, afinal, como muitos de nós já percebemos às duras penas (e mais de uma vez), a realidade - pasmem de novo - não se curvará à nossa visão romântica ou distorcida das coisas, nós é que temos que nos curvar à realidade. Em outras palavras, não acontecerá o que acontece em nossa cabeça, acontecerá o que acontecerá!
O que que se deve saber é atribuir valor, importância, peso e medida às coisas que sentimos - sendo elas objetivas, coisas que se referem à realidade concreta dos fatos, não há que se desprezar os fatos e tais coisas devem então ganhar um determinado peso. Se, ao contrário, detectamos que o que estamos pensando ou sentindo tem a ver apenas conosco, com as nossas percepções e não tem conexões com a a realidade objetiva que possibilite a concreção do que está em nós, o seu peso evidentemente não pode ser o mesmo, antes, tenhamos essas coisas guardadas apenas no plano das nossas percepções, nada mais!
Termino assegurando uma coisa: Ainda que pareça, minha intensão não é a de chocar quem quer que seja dizendo o que digo. A realidade dos fato é que é chocante em si mesma e não as minhas palavras - chocante tanto quanto mais sejamos seres subjetivados. Outrossim, que fique claro, não é com qualquer tom professoral que digo o que digo. Digo como quem aprende, assim como tantos que aprendem - que também digam o que aprendem. Sou tão aluno na escola desta vida quanto quem me lê, apenas que tive a graça de poder expor as coisas como as exponho agora, mas isso não faz de mim menos aluno;
Aqui está uma lição - não minha -, do mundo, da vida, de Deus a quantos queiram apender o que seja:
"Examine-se o homem a si mesmo" instilado tão enfaticamente por Paulo (1Co 11: 28). Mas que ao examinar-se, que o faça não somente a partir de si mesmo, mas levando em conta a realidade que o abarca, comparando-se a si mesmo e aos seus pensamentos com as implicações destes no que vá para além de si mesmo!
Que Deus te abençoe e te guie na jornada!
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