quinta-feira, 14 de abril de 2016

Deus é em mim mais eu do que eu mesmo!


Bom dia amigos queridos;

O Pão do Dia começa com essa brilhante conclusão filosófica de um dos pais da igreja - Santo Agostinho de Hipona - e que diz: "Deus é em mim mais eu do que eu mesmo!"

Há quem ouça isso e duvide ou dê de ombros. Há os que pensam ou dizem: "Lá vem conversa de religião";

Aos primeiros pergunto: "Quem é você?"
Por favo não me levem a mal, nem suponham ser pueril a minha indagação - é sobre o verdadeiro "eu" que me refiro quando indago, aquele que reflete 100% a minha verdade, a minha essência, o meu ser... E então, será que é fácil, imersos na realidade em que vivemos e num mundo que traz para o subjetivo necessidades que até ontem desconhecíamos por completo, mas que uma vez conhecidas nos parecem vitais à felicidade do ser, definirmos quem somos de verdade? Quais dos nossos pensamentos são de fato nossos? Quais dos nossos anseios, desejos, sonhos e necessidades?
É nesse sentido que pergunto aos primeiros: "Que é você, você?"

Já aos segundos não indago, afirmo, que religião passa longe dessa conversa, estamos falando de coisas que existem mesmo!
Tendemos a pensar Deus sempre nos ditames de alguma explicação teológica, filosófica ou doutrinal, porém o simples exercício de pensarmos quem veio antes - Deus ou as pretensas explicações sobre Ele - já nos esclarecem por completo que Deus É antes e independentemente de qualquer aspecto religioso;

Aliás, é sobre o SER de Deus que engancho esse Pão na brilhante frase de Agostinho - Deus é! Quando Deus se apresentou a Moisés no deserto do Sinai e Moisés lhe pediu documentos, Ele simplesmente apresentou-se dizendo: EU SOU! E não é pra menos! Deus é o único de quem se possa dizer "É". Todo o restante - nós e toda a demais criação usa esse termos apenas como figura de linguagem.  Me explico: Quando perguntei há pouco quem você é, é bem provável que a resposta à essa pergunta reflita muito mais o seu estado de espírito presente do que a sua essência imutável e, portanto, muito mais as coisas externas que lhe sucederam - boas ou ruins - naquele preciso instante e de como essas coisas lhe afetaram do que aquela parte fixa e inconvertível do seu ser. Mais ainda, quando pergunto "quem é você", as únicas respostas honestas possíveis seriam: "Depende, quando? Em que circunstâncias"

Sei que é duro admitir isso, não gostaríamos de ser assim, mas o fato é que somos, tudo nos altera, ou por acaso você é o mesmo na calmaria de uma praia descansando e tendo a mente relaxada e num prédio em chamas com gritos por todos os lados? Pois é, Deus é!
Por acaso você é o mesmo quando está são e quando está doente? Sua vontade e garra não aumentam nem diminuem? E quando é traído, ameaçado, confrontado, enganado.... você ainda consegue ser a mesma pessoa que é estando num ambiente seguro de amor? Ter as mesmas reações? As mesmas punções? As mesmas prioridades?

Pois é amigo querido, por mais que não gostemos de admitir, o nosso "eu" é relativo. Mas o de Deus não, o Dele é absoluto. Quando se diz que Deus é amor, Ele o É sempre. Misericórdia? Sempre. Justiça? Invariavelmente!
Nada altera Deus, nada incide sobre Ele, nada o demove ou estimula e de nada Ele depende para ser o que É, antes É de si mesmo. É porque É e porque quer SER.

E onde isso tudo nos toca?
É simples! Todo homem se depara, em algum momento da própria existência, com a necessidade de descobrir qual é o sentido de sua vida. Essa busca por sua vez não pode começar por outro ponto que não seja o de descobrir "Quem sou eu" - essa é inexoravelmente a primeira pergunta a ser feita. Ora, essa pergunta é irrespondível no momento em que se procura achar a resposta em si mesmo.
Onde é que está então a reposta de quem sou eu? Está Naquele único que tem a propriedade do SER, Deus.
A boa nova está em que esse Deus que É, não é o Deus distante e que habita pra lá da Alpha Centaura, mas sim o Emanuel, o Deus que nos habita e que habitando em nós nos imputa a propriedade de ser.
Pra ser mais simples ainda, quanto mais caminhamos na direção do que É, mais somos. João, íntimo do EU SOU Encarnado disse: "Pois assim como Ele é também nós o somos neste mundo"

Isso tudo significa uma coisa só: O nosso ser verdadeiro existe, mas não está em nós porque não contemos o ser, ele está em Deus que É por excelência, portanto o eu mais que eu que tenho é Deus habitando em mim. E o mais incrível de tudo: É que continuamos sendo diferente uns dos outros, pois nessa belíssima diversidade é que Deus nos criou, porém somos de verdade.

É, Agostinho tem toda razão quando diz: Deus em mim é mais eu do que eu mesmo!

 
 


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