sexta-feira, 3 de julho de 2015

Pão do Dia - Peregrinos (os versos do hebreu)




O tema do nosso Pão do Dia de hoje é "Peregrinos" e parte do texto de Hebreus 11 tão conhecida como a "galeria do heróis da fé"

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Hebreus 11: 8-10; 13-16
8 Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.
9 Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa;
10 porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.
13 Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.
14 Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria.
15 E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.
16 Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.
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Um peregrino é um andante, uma pessoa que não está estabelecida. Mas, ao invés disso, encontra-se numa constante viagem.

Abraão era assim. Não apenas em sua condição, nesta como consequência. Mas, antes de tudo, em sua alma. Abraão era um peregrino de alma. Um desapegado; esperançoso sim, mas nalgo que sabia, aqui não encontraria, no campo de sua peregrinação; algo que estava posto para além daqui. Tudo nele era atraído para lá: sua jornada, suas atitudes, seus anseios, suas realizações. Nada, na vida de Abraão, tinha um fim em si mesmo ou num galardão imediato – seu tesouro nunca esteve aqui, tampouco seu coração. Era um hebreu. Aliás, o primeiro a ser assim chamado. Hebreu, que quer dizer "andante". Eis aí o velho pai da fé, Abraão!

Ele era tão peregrino, tão hebreu, tão da fé, que obedeceu. Saiu de onde estava a fim de ir para um lugar que não sabia: não importava, a vida não era aqui. Na própria terra da promessa, ao invés de estabelecer-se, peregrinou. Nem lá parou de andar e sabia a toda hora: – Nem aqui é o meu lugar! Glória a Deus por essa terra, mas a promessa não é esta: há uma pátria superior, há pra mim um outro lugar!

Dessa pátria, que dizia: – Ela existe! Não sabia nem onde, nem quando a encontraria, mas sabia que só ela existia de verdade; o resto todo era passagem, era ilusão, uma miragem, um divagar!

Se dissesse: – Dela me lembro! E a ela estou voltando! Mentindo ele estaria. Não se lembrava; dela nada sabia, nunca lá estivera e não a conhecia. Exceto, pelo tanto que ele a ela pertencia. E ela a ele. E a plenitude com que o preenchia, dia e noite, noite e dia; o seu falar, o seu querer, o seu olhar!

Sabia dela o que há para saber, que ela ERA de verdade, no mais puro sentido do que é SER – ela era, era mesmo. Já o resto, não sabia, mas tudo lhe parecia uma farsa, um cenário, uma ilusão. Por isso, a nada se apegava... Exceto a ela, o fundamento do invisível, eterna, sutil; e, aos desta terra, inverossímil, ilusão para os descrentes, aos que têm suas raízes neste chão, aos de alma terrena, pueril.

Aos que têm cá nesta terra os seus anseios, o seu querer, seu coração,  fica um saber: – Que assim, ó homem, não te faças, pois tudo por aqui é muito etéreo, brevíssimo, incerto... passa. É por demais evanescente, mal dá tempo de apreender

– Eu não! Dizia ele. O velho hebreu, o peregrino, o pai da fé, o Abraão.

– Sou de lá e não daqui. Unido já ando eu com os santos todos – os de agora, os outrora e os do porvir. Com Enoque e com Noé; com Elias e Moisés; com Jesus, com Paulo e Barnabé; com Joões, Marias, Genivaldos; com Elaines; com Josés. Tantos quantos dentro de si tiverem queimando a chama; a mesma que em mim, um dia ateada, e de queimor crescente tanto mais quanto espero, creio, sigo, ando e peregrino na jornada.

Descobri que a vida é a jornada e a jornada a própria vida – é ela quem me leva ao que é real – a vida, à jornada, à vida!

Portanto, que me entendam vós, os razoáveis: – Como eu não desprezaria, diante de tão inelutável sedução, a sedução tão transitória, do incerto, da mentira e da ilusão? A ilusão cá desta terra que, quando nua é um NADA; embora de TUDO se disfarce, se apresente, como o arcabouço do mundo, como o fim de qualquer sofreguidão.

Não me iludo com as coisas desta vida – esta que se sabe pelo tato. Quero antes a que espero, a que farejo, a que sinto, a que sonho. Aquela que eu vejo, e a qual já vivo na minh'alma, e a qual dedico o meu amor. Andando sempre como um nauta, um peregrino em terra estranha. E quando me perguntam: – Onde estás indo? Nada digo, mas dentro de mim eu sei: – A nenhum dos destinos que conheces. Vou-me à minha morada, à uma pátria superior!

Pois agora fica fácil desvendar-me – o porquê das minhas tendas e de tantas minhas andanças; pois como não andaria eu, posto que espero aquilo que com os olhos não se vê, com as mãos não se tateia, que se vê só com a esperança.

Quanto ao tempo, a cá da minha vida procuro fazer o melhor com sinceridade, a fim de que me seja útil o passo dado, a pedra levantada, a mão estendida, o ato de bondade.

No fim das contas, é só o que conta – a bondade feita, a mão que se estendeu, o passo que se deu e a pedra levantada. Todo o resto é só resto, é espera, é andança, é jornada!

E eu aqui, escrevendo isto penso: – A ti, velho hebreu, que eu me una em peregrinação do mais forte fundamento do concreto que não se vê, deixando de lado a ilusão do palpável e do tangível, do real que desvanece, não resiste ao tempo e ao espaço; do bonito que perece.

É assim que eu, sem nome, almejo, como tu, pai Abraão, cá neste mundo caminhar o melhor que posso; marcar sem mácula os passos da jornada e, por fim, juntar-me a ti na pátria amada. No eterno céu. No amado lar!




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