domingo, 28 de junho de 2015

Pão do Dia - Fazei Morrer A Natureza Terrena


Aos marinheiros de primeira viagem quero logo dar um aviso: 

_ Cuidado, a Palavra de Deus não é para os fracos!

Digo isso porque, francamente, diante de toda a gama de conhecimentos disponíveis ao homem, seja sob a forma literária, filosófica, antropológica ou por qualquer outra via possível, nada há que seja mais contundente, mais radicalmente desafiador e conclusivo do que, uma única citação das Escrituras feitas por Paulo, ou Pedro, e, que dirá diretamente por Jesus! Um ou dois versículos apenas que fossem, dariam cabo se fosse o caso de não haver mais nada escrito em forma de doutrina de ocupar por uma vida inteira no caso de quem desejasse experiencia-lo de verdade;

Mas o fato é que não temos apenas uma, ou duas, ou dez, ou cem citações - são centenas, talvez milhares de exemplos que poderiam, cada um deles sozinhos, confirmar o que acabo de dizer, de modo que não nos faltaria com o que gastar nossos anos de vida;

Para o nosso Pão do Dia, tomarei uma dessas citações - aquela sob a qual quero discorrer hoje. Trata-se da exortação paulina contida na epístola aos colossenses:

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Colossenses 3:
5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;6 por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência].

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Diga-me honestamente se, ao examinar uma asseveração como essa, você não há de me dar razão? Não é, de fato, uma proposição cabal? 

Voltando a ela o nosso olhar, saiamos por um instante das questões linguística e etimologia da palavra para nos atermos ao seu aspecto mais prático - o de suas implicações quando aplicada à vida. Sim, pois, não teria sentido asseverar se fosse não para esse fim; 

Então, em que implica o imperativo Fazei morrer a vossa natureza terrena? 
Veja que Paulo diz a vossa natureza terrena, dando à frase um caráter pessoal, individualizado, além do caráter genérico que já possui por estar no contexto de uma carta escrita à coletividade;   

Se por um lado, fazer morrer a natureza terrena é uma lei espiritual da parte de Deus dirigida a todos os que se propõe a servi-Lo, por outro, essa mesma lei, coletiva e plenamente abrangente, tem o seu aplicativo refinado o suficiente para atingir até a mais sutil subjetividade humana, por isso mesmo Paulo diz a vossa natureza terrena. Ora, se ele se referisse apenas à natureza decaída da qual todos somos, em carne, herdeiros inescapáveis, não haveria o porquê subjetivar a sentença desta maneira, todavia, ele ainda sequencia distinguindo alguns grupos diferentes de pecados e, confirmando assim essa dupla abrangência do mandamento- a coletiva e a individual;

O que se entende por esta distinção?
Antes de tudo, é bom deixarmos claro que Paulo não pretende fornecer uma lista abarcável de todos os pecados humanos, não - ele apenas menciona alguns dando-nos com isso a entender que precisamos significar em nós o que é o pecado e combate-lo até à morte, ao invés de simplesmente olharmos uma relação de itens dos quais, por graça, estejamos excluídos e, alienados, tranquilizarmos a nossa mente num surto de auto justificação;  
Por isso que essa verificação se faz através de muita honestidade e boa vontade! 

Essa distinção nos indica que, muito embora a natureza terrena da queda seja igualmente abrangente a todos os seres sobre a terra e que não haja um justo sequer que dela escape, ao mesmo tempo, essa mesma natureza se pronuncia de modo diferente de pessoa para pessoa, sendo justamente esse aspecto distintivo no qual se pronuncia, o alvo do imperativo de Paulo, fazei morrer a vossa natureza terrena; é nesse aspecto [e não em outro] que a natureza precisa eminentemente morrer;  

Ou seja, a lei é genérica, os aplicativos, no entanto, são individuais. Por exemplo;  

Aos que tem na preguiça o seu demônio, é justamente aí que devem encarar uma cruzada de vida e morte para fazerem morrer a natureza terrena. Nada lhes adiantaria olharem para si mesmos e se justificarem dizendo:  _ Não sou prostituto, está tudo bem! 
Nem por isso estariam livres;
Nesse caso o que lhes faria morrer a natureza?
Acordar cedo, trabalhar, mortificar o desejo de descanso. E isso dia após dia, por causa de Deus....

Aos que tem o seu fraco na cobiça. Da mesma forma. O que lhes adianta é atacar o problema de frente e não desviar-se dele;
O que devem fazer para que morra sua natureza terrena? 
Devem ser liberais, generosos, abençoadores, repartidores.... Forçosamente - importante que se diga! Pois, uma vez que lutamos contra a natureza é incabível supormos que tal ação se fará de modo harmonicamente natural - É evidente que não!

Importante que se diga: fazer morrer a natureza e sempre contra a nossa vontade natural, ou seja, jamais sentiremos a vontade natural para fazermos as coisas que fazem morrer a natureza;

Então por que fazemos? 
Porque é preciso!
Porque é a única e possível liberdade;
Porque nos aproximará de Deus;
Porque nos harmonizará com o nosso verdadeiro "eu"





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